terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Fases

Em tudo na vida individual ou em sociedade existem fases. Fases positivas e negativas, é como se fosse um gráfico, em que podemos estar em alta mas já com tendência de queda ou vice-versa.

Neste momento o mundo vive uma crise muito enorme, segundo alguns economistas ainda maior que a de 1929, sendo a principal distinção a dimensão global que hoje em dia este tipo de situações tem. Podemos considerar que ainda estamos em fase descendente, mas o pior é que já nos demos conta mas nada se faz em contrário.

Num pequeno país como o nosso que tanto depende da economia internacional, com um desemprego perto do 7,5% não seria a hora de deixar de fazer guerras com professores e levar antes o povo a empenhar-se a sério a organizar-mo-nos de cima a baixo?

Desde começar a formar formadores a sério com capacidade e qualidade para formar e certificar as pessoas nas mais varidas àreas que fazem falta à nossa economia, áreas essas previamente definidas pelo Ministério da Economia que é para isso que ele também serve.

Depois reduzir a máquina do Estado. Sim começar por cima, para dar o exemplo. Reduzir o nº de deputados dos 230, que é o máximo que a nossa Constituição define, para 180, que é o mínimo. E já eram muitos. Reduzir também o nº de assessores e secretárias etc que fazem parte dessas equipas intermináveis. No próprio Governo o nº de pessoas seria cortado.

O próprio Orçamento do nosso Presidente da República poderia perfeitamente ser reduzido para metade, o nosso Presidente tem um Orçamento para gastar por ano de 18 milhões de euros, entre viagens e respectivas comitivas, recepções, etc. Toda a família Real Espanhola, e quando digo toda falo do Rei, Rainha, todos os Principes e conjuges, criançada, e tudo o que os rodeia, recebem do Orçamento Espanhol 8 milhões... podemos sempre alegar que têm dinheiro próprio, muito bem mas então o Rei de Espanha usa dinheiro próprio para se manter e apenas usa o dinheiro dos contribuintes para as suas deslocações? É que se formos por aí o nosso Presidente, tanto falo de Cavaco Silva como se Mário Soares ou mesmo Jorge Sampaio, ainda fica pior na fotografia.

Depois passaria para uma verdadeira e real afectação de recursos onde eles fazem mais falta. O interior precisa de gente, médicos que se recusam em ir para o interior onde fazem tanta falta e ficam a fazer part-time nos Hospitais Públicos e a trabalhar no particular? Era rescindir os contratos com esses senhores e apenas abrir vagas para onde faz falta. Como acontece com a colocação dos Magistrados por exemplo.

Secretarias de escolas onde cada um faz uma tarefa e se despachar em meio-dia não faz mais nada porque não lhe compete, se alguém precisar de ajuda contrata-se mais um. As centrais de compras do Ministério da Educação é uma patetice, seguem um critério enquanto as Câmaras Municipais que é quem tem a tutela de dotar as escolas com equipamento, segue outro. Ou seja acontece por exemplo um Município pagar um determinado material, porque a escola não quer perder o volume de orçamento para o ano seguinte, e como tal convém provar que se gasta, e por outro lado esse material não é compatível com o que a Central de Compras do ME fornece as escolas. E o que se faz? Ninguém quer saber e arruma-se a coisas a um canto.

Com uma afectação de recursos humanos a uma escala nacional muitas pessoas seriam dispensadas sim, mas seria formadas e direcionadas para outras áreas que fazem falta no sector privado. Por que aqui entra o 2º ponto as profissões em Portugal não são valorizadas, qualquer um é qualquer coisa, basta escrever no currículo... Só existe a chamada carta profissional para profissões com Ordem ou Câmara de comuns, mas para a construção cívil, por exemplo, é uma rebaldaria, qualquer um é canalizador ou pedreiro etc. Na educação até eu poderia ser professor só porque sou licenciado.

Neste ponto falo a uma escala global, vamos um restaurante por exemplo e somos vergonhosamente tratados por gente que nem sabe falar quanto mais servir num restaurante, se queremos apostar forte no Turismo este é um ponto fulcral.

Temos que dar mais hipótese ao empreendedorismo porque um povo como o nosso, na sua generalidade, quando trabalha por conta de outrém não olha para a empresa com o mesmo brio quando a empresa é sua. Este facto e também responsabilidade da própria Gerência é verdade, mas existe a possibilidade de termos o dobro de pequenos negócios próprios que pagam os seus impostos e tudo fazem para que tudo dê certo. Que reduzem o desemprego e geral riqueza.

Este Governa lança um linha de crédito e deixa ser os bancos a decidir a quem emprestam o dinheiro... Já se viu que o dinheiro só vai para quem já o tem e que pode prestar garantias reais dos empréstimos, agora o pequeno empresário que precisa desse quase micro-crédito não tem direito... Grande ajuda.

Há uns meses a ASAE deu ordem de obras ou fecho a um restaurante de duas jovens mulheres, ao lado da empresa onde trabalho, não quero comentar se acho bem ou mal, apenas quero referir que era um local que servia almoços verdadeiramente caseiros, mas tinham que fazer obras... não podem pagar os bancos não emprestam... Fecharam! Tinham casa cheia todos os dias da semana desde do meio-dia até às 14 horas.

E como este caso milhares de exemplo acontecem, ou seja, um pequeno estabelecimento que poderia perfeitamente suportar um pequena prestação de um empréstimo não o recebe e fecha portas.

Assim não se luta com a crise, lutar contra a crise é pensar em produtividade, é pensar em sucesso, é pensar em riqueza e como tal motivar-nos a todos nós que estamos verdadeiramente em recuperação.

3 comentários:

Inês disse...

Nelson, tanta revolta nesta altura do ano??? Amigo, agora é Natal, os balanços é só na semana a seguir (a do final efectivo do ano)... e o pior, o que me deixa deprimida, é que tens toda a razão!!!
A precaridade, o desemprego e pobreza de muitos contrasta com a ostentação e novo riquismo de uma minoria, que tende a receber cada vez mais as "ajudas" que o estado dá para ajudar na crise.
É o q temos....

Anônimo disse...

Esta tua dissertação deixa-nos a pensar....

Isabel

Anônimo disse...

Bem..eu só tenho um comentário a fazer:

"..Neste momento o mundo vive uma crise muito enorme..."

Isto não me soa bem!!...será só eu?..

Ass: Ex-inspector da Inquisição aka JP